28/11/2009

"O caso está sendo investigado..."

"Nossa apuração será rigorosa...".

"Há suspeita de envolvimento com milícia...".
"Trata-se de mais um homicídio relacionado ao tráfico de drogas...".
"Nossos dados indicam que o homicídio foi praticado a mando do Comando...".
"Não podemos fornecer maiores detalhes para não atrapalhar as investigações...".

São algumas das baboseiras ditas e ouvidas com frequência sob os holofotes da mídia fluminense.



"Quantos dos registros lavrados acarretaram a instauração de inquérito?".
"Quantos dos inquéritos instaurados foram concluídos com indicação de autoria?".
"Quantos dos homicídios noticiados foram realmente elucidados?".
"O que foi feito durante as primeiras 48 horas?".

"Por quê"?

São "inconvenientes" questões que raramente são suscitadas nas numerosas e reiteradas entrevistas feitas com delegados de polícia civil no RJ.

Da forma como as coisas estão e ressalvadas exceções, qual tem sido a serventia de tais funcionários públicos para a população do RJ?

Apontar para a PM em que locais os delitos estão ocorrendo? O simples acesso ("convenientemente" não permitido) a um mero banco de dados possibilitaria tal leitura.
Orientar cada passo dos feitos cartorários adotados por seus mal remunerados subordinados? O software utilizado nas delegacias já faz isso.
Verificar se os cidadãos presos para averiguação pela PM possuem mandados de prisão em aberto? Uma simples senha de acesso ("convenientemente" não fornecida) se prestaria a resolver o problema.
Tomar depoimentos? Em geral, não são eles que o fazem e os "DISSE QUE" não tem validade para fins de condenação após inaugurado o processo (diferentemente das evidência periciais).
Coletar evidências científicas que possam apontar a autoria dos delitos? São os peritos que realizam (ou deveriam realizar) tal importante trabalho.
Interpretar e tipificar delitos? O MP faz isso e o Código Penal não está escrito em latim (mesmo as missas já são realizadas em português faz tempo).
Divulgar trechos de interceptações telefonicas para a mídia? A legislação vigente no Brasil veda tal conduta.
Investigar as infrações penais de menor potencial ofensivo encaminhadas aos abarrotados balcões das delegacias de polícia? A legislação vigente no Brasil não determina a adoção de feitos cartorários "investigativos" em tais casos.

A propósito de investigação (de verdade - falo daquilo que deve gerar naqueles que pensem em cometer crimes gravosos a quase certeza de que serão descobertos se seguirem em frente)...



Quem elucida crimes no
RJ?

25/11/2009

Parabéns soldados do fogo


(Maracanazinho, 23/11/09)

(IBOPE, logo em seguida)

20/11/2009

Homens de verdade não têm preço


Minha respeitosa continência ao

Sr TC da PM do RJ Roberto Alves de Lima

15/11/2009

Eu não sei fazer "Tróia"

Nunca aprendi! Não me ensinaram no curso de formação, de aperfeiçoamento ou superior...
Também não aprendi que poderia ser forçado a exercer mister inerente à posição hierárquica (muito) inferior, que poderia ter o gozo de direito interrompido manu militari, que poderia ser reiteradamente "ameaçado" por autoridade (muito) superior, nem tampouco que deveria assimilar calado constrangimentos impostos ("é preciso pensar na família").
Não aprendi que bens públicos poderiam ser utilizados de forma particular impunemente.
Não aprendi a lidar com "conspirações" (reias ou não).
Não aprendi que dependendo das circunstâncias a impessoalidade poderia ser relegada até mesmo nas relações profissionais mais basilares.
Não sabia nem mesmo o que significava a sigla "mm" (menção frequente no Twitter)...
Não aprendi nada sobre "espólio de guerra".
Também não aprendi a ser Chefe de qualquer coisa pela metade.
Eu realmente não aprendi nada disso nos bancos escolares.
Não aprendi que a opacidade poderia ser um importante mecanismo de defesa.
Talvez meu tempo já tenha passado... Ou quem sabe, o tempo tenha passado e eu é que tenha ficado parado (no tempo).
"As coisas mudaram", foi o que disse Robespierre, opositor de outrora da pena de morte, ao defender a guilhotina para garantir o êxito da Revolução. Talvez estivesse certo (ele mesmo acabou sendo guilhotinado)!
As coisas realmente parecem haver mudado muito, mas eu não aprendi e não consigo - nem quero - aprender a assimilá-las da forma como estão.
Tudo parece muito estranho...